A Grécia, aqui tão perto
No próximo domingo,
muita coisa pode mudar na Europa. As eleições neste país da União Europeia
podem vir a ser o princípio de uma grande mudança no velho continente.
A confirmarem-se os
resultados eleitorais que as sondagens apontam, vitória eleitoral do Syriza, da
esquerda grega, estes podem muito bem ser o princípio do novo, do cortar as
amarras que nos tolhem os movimentos há demasiado tempo. Precisamos todos de
respirar o ar puro que sopra do país que inventou a democracia.
Milhões de
trabalhadores e trabalhadoras, de jovens sem emprego e sem futuro, de desempregados/as
sem esperança, desiludidos com a política, desacreditados de tudo, resignados à
situação de impotência, incapazes de levantar a cruz que carregam como se fossem
culpados pela sua própria situação, podem ver a esperança renascer. É preciso
voltar a acreditar que vale a pena a luta contra as injustiças, que há outro caminho
que não o preto e branco, há alternativa à austeridade que nos impuseram como
inevitável. Na Grécia há uma esquerda que não se conforma, que não atira a
toalha ao chão.
Se acreditarmos que
não vai ser sempre assim, que pode ser diferente, como estão a demonstrar os
gregos, então a coisa muda mesmo.
O capitalismo
internacional, as instituições europeias e mundiais que o representam, “os de
cima”, demonstram um nervosismo invulgar, o medo de perderem os seus
privilégios, os seus negócios, as suas rendas enormes, o património que
arrebanharam à custa da miséria e da exploração de milhões de homens e mulheres.
Eles temem que a Grécia seja o princípio e se alastre a outros países e a
outros povos, e isso leva-os a desenvolver a maior chantagem sobre os eleitores
jamais vista, tudo vale para que o povo grego no próximo domingo não decida em
liberdade, eles querem apenas o preto ou o branco, mas o arco iris é muito mais
do que isso.
Também em Portugal se
precisa destes ventos. É preciso voltar a acreditar, voltar a confiar, um novo
ciclo político pode vir aí.