sábado, 25 de abril de 2015

Tânia Prezado - 25 de ABRIL 2015 - Discurso do BE de TORRES NOVAS


Sr. Presidente da Câmara Municipal de Torres Novas,

Sr. Presidente da Assembleia Municipal de Torres Novas,

Representantes das entidades oficiais, 

Autarcas de Torres Novas,

Torrejanos e Torrejanas


Logo nos primeiros documentos de intenção, os militares de Abril afirmavam o seu propósito de restituir a dignidade ao POVO PORTUGUÊS.


Era esta a intenção que os motivava.

Foi esta a força que os determinou e a razão pela qual não devemos deixar que esta luta tenha sido em vão.


41 anos passados, são estes os valores que nos movem: LIBERDADE, IGUALDADE E DEMOCRACIA

LIBERDADE, fundamental para a dignidade humana e indissociável da livre expressão da luta por uma sociedade fraterna.

Quando os nossos pensionistas, homens e mulheres com vidas de sacrifício, que toda a vida trabalharam para terem um descanso merecido, veem agora negado esse direito, através dos constantes cortes nas suas pensões, único meio de subsistência e o único capaz de lhes garantir dignidade nos seus últimos anos de vida.


Liberdade... sim, aquela que os nossos jovens têm, e que com ela e por ela, escolhem sair deste país à procura de uma vida digna, mas longe da terra que os viu nascer, das suas famílias, muitas vezes dos seus filhos.

Este País agora dá-lhes cada vez mais desemprego ou, em alternativa, trabalho precário e sem condições dignas, onde o povo se sujeita a qualquer coisa para conseguir sobreviver.

Somos agora o país da Europa que teve o maior aumento da taxa de risco de pobreza e exclusão social.

Portugal tem hoje cerca de 25% da população em situação de pobreza. 

Aquela pobreza dos relatos de um tempo em que uma sardinha dava para alimentar os filhos, porque os pais não comiam... 

O País da fome de então, é agora o País onde aumenta a procura e o recurso ao Banco Alimentar, ou os casos em que a única refeição das crianças é a que comem nas escolas.

IGUALDADE de direitos, na construção de um futuro melhor onde a justiça e a solidariedade sejam uma prática não discriminatória. Justiça e solidariedade, onde os direitos são iguais para todos.

A saúde só está ao alcance de quem a pode comprar, porque o povo, esse, não tem acesso e espera, espera pelas consultas ou nas urgências dos hospitais.

Direitos iguais para homens e mulheres, as quais provavelmente só daqui a 70 anos alcançarão a igualdade salarial.

São mulheres, esposas, trabalhadoras e mães e irmãs e filhas, que 41 anos depois de Abril, ainda têm de espremer as mamas para comprovar a sua maternidade. Indignação!!!!!


Justiça social para compreender o caminho para a igualdade de géneros…

Uma prática sem discriminação, onde casais homossexuais possam adotar em pleno, em benefício do direito à família e ao amor. 

Justiça para com os trabalhadores e trabalhadoras que têm sentido o aumento do número de horas de trabalho, vendo os seus salários serem legalmente roubados.


DEMOCRACIA, com um regime político onde a realização de eleições livres deve assegurar alternativas políticas capazes de garantir os direitos inscritos na Constituição da República.

Faz hoje 40 anos que foi eleita democraticamente, a Assembleia Constituinte, que um ano depois, aprovava a nossa Constituição da República Portuguesa.

91% dos eleitores e eleitoras foram às urnas. É esta participação que esta democracia precisa, 41 anos depois.


Quantas vezes vemos os direitos fundamentais ali consagrados, serem violados pelos Senhores que a deveriam cumprir, mas que optam por a desrespeitar?

Democracia por uma política autárquica que respeite os seus munícipes, ouvindo-os, que promova o debate, que procure alternativas em prol de um caminho de prosperidade, para que desta forma todos se sintam respeitados na sua diferença, com direito a ela, pelo respeito e defesa das minoria.

Democracia por uma sociedade mais justa e solidária, assente nos valores de Abril, fundamental para garantir uma vida melhor para todos os munícipes, para todo um povo.


Este povo que anseia por justiça, um pilar básico da democracia e não o que temos hoje, uma justiça para ricos e outra para pobres, onde os ricos têm passado impunes.


Terá sido por acaso que a palavra escolhida pelos Portugueses para o ano 2014, foi Corrupção? É evidente que não!


Nas últimas eleições autárquicas, integrei uma equipa coesa e dinâmica, que atua na atividade política do nosso concelho, com o acompanhamento às situações que nos colocam, escutando os munícipes, criando diálogos, denunciando necessidades e injustiças, participando na análise crítica da realidade social e cultural, e propondo soluções pertinentes e sustentáveis, seja no orçamento participativo, ou no caminho para a reabilitação do centro histórico, seja numa solução para o problema criado com o contrato de concessão do Parque Almonda, ou numa gestão criteriosa para a cultura, tendo sempre presente que o concelho é constituído por 10 freguesias. É a forma como vemos a democracia, viva e participada!

 
A intenção do governo de passar responsabilidades na área da educação, da saúde, da segurança social e da cultura, para a esfera das autarquias, não é descentralizar mas significa sim a desresponsabilização do estado e o desmantelamento de políticas públicas coerentes,.. e é o início da privatização destes serviços públicos.

Não é por acaso que o recente Congresso da Associação Nacional de Municípios, rejeitou esta proposta do Governo.


Antes de terminar, permitam-me registar aqui, com profunda mágoa a tragédia que se vive no Mar Mediterrâneo. A pergunta que tem de ser feita, a cada um de nós, mas sobretudo aos responsáveis da União Europeia, é quanto vale uma Vida Humana?

A União Europeia, tem que encontrar a solução para todos os que fogem à miséria e à Guerra!

 

Há 41 anos fez-se e iniciou-se uma luta que transformou um País… uma luta que não conheci, uma luta que espero por ela, tal como todo este povo que todos os dias se debate para conseguir uma vida melhor.

A vida pela qual aqueles militares afirmavam o seu propósito e à qual o povo se juntou… Aquele povo, e este povo, O POVO PORTUGUÊS, que não é banqueiro, nem administrador de topo e que não esquece, nem ontem, nem amanhã, nem nunca!

Este povo, aquele povo que espera que Tu - 25 de Abril Chegues de Novo!

Nas palavras de Sophia “Esta é a Madrugada que eu esperava, o Dia inicial, inteiro e Limpo”!

 

VIVA O 25 DE ABRIL E A LIBERDADE!
 
Tânia Prezado

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Praça do Peixe - Crónica de António Gomes


Praça do Peixe

A Praça do Peixe, com uma localização privilegiada no centro histórico da cidade, tem as obras de remodelação concluídas, pesem embora os atrasos verificados.

Importa agora encontrar a melhor ou melhores soluções para dar uso àquele espaço. Talvez não fosse má ideia começar por ouvir o povo, dentro daquela perspetiva da ARU (Área de Reabilitação Urbana), de consulta pública para a reabilitação do Centro Histórico.

Qualquer decisão terá sempre de ter em conta a situação atual do centro da cidade, ou seja o despovoamento puro e duro, a ausência de moradores numa vasta área territorial no coração da cidade.

De facto, esta situação em que a reabilitação dos espaços comuns e disponíveis para atividades não está enquadrada na recuperação urbana e habitacional do Centro Histórico é uma herança que cria uma contradição que tem que ser resolvida no âmbito de um projeto de reabilitação que englobe as várias vertentes e não se limite a agir por partes.

A Praça do Peixe tem de ser útil para a comunidade, tem de servir a cidadania. A aplicação dos dinheiros públicos são para isso mesmo, são para usufruto do povo.

Nesta perspetiva julgo, que todas as atividades cabem naquele espaço, do teatro ao rancho, do debate à tertúlia, da gastronomia ao artesanato, da música à exposição, das expressões artísticas mais tradicionais à expressão da arte alternativa, tudo pode atrair gente ao centro histórico. E o centro, estou certo, tudo acolherá.

Apenas com uma condição: só as atividades com fins lucrativos deverão ficar sujeitas a algum pagamento pela sua utilização.

Outras opiniões haverá com toda a certeza, é preciso ouvi-la.

 

Antonio Gomes