Sr.
Presidente da Câmara Municipal de Torres Novas,
Sr.
Presidente da Assembleia Municipal de Torres Novas,
Representantes
das entidades oficiais,
Autarcas
de Torres Novas,
Torrejanos
e Torrejanas
Logo nos primeiros documentos de
intenção, os militares de Abril afirmavam o seu propósito de restituir a
dignidade ao POVO PORTUGUÊS.
Era esta a intenção que os motivava.
Foi esta a força que os determinou e a
razão pela qual não devemos deixar que esta luta tenha sido em vão.
41 anos passados, são estes os valores
que nos movem: LIBERDADE, IGUALDADE E DEMOCRACIA
LIBERDADE, fundamental para a
dignidade humana e indissociável da livre expressão da luta por uma sociedade
fraterna.
Quando os nossos pensionistas, homens
e mulheres com vidas de sacrifício, que toda a vida trabalharam para terem um
descanso merecido, veem agora negado esse direito, através dos constantes
cortes nas suas pensões, único meio de subsistência e o único capaz de lhes
garantir dignidade nos seus últimos anos de vida.
Liberdade... sim, aquela que os nossos
jovens têm, e que com ela e por ela, escolhem sair deste país à procura de uma
vida digna, mas longe da terra que os viu nascer, das suas famílias, muitas
vezes dos seus filhos.
Este País agora dá-lhes cada vez mais
desemprego ou, em alternativa, trabalho precário e sem condições dignas, onde o
povo se sujeita a qualquer coisa para conseguir sobreviver.
Somos agora o país da Europa que teve o maior aumento da taxa de risco de pobreza
e exclusão social.
Portugal tem hoje cerca de 25% da população em situação de
pobreza.
Aquela
pobreza dos relatos de um tempo em que uma sardinha dava para alimentar os
filhos, porque os pais não comiam...
O País da fome de então, é agora o
País onde aumenta a procura e o recurso ao Banco Alimentar, ou os casos em que
a única refeição das crianças é a que comem nas escolas.
IGUALDADE de direitos, na construção
de um futuro melhor onde a justiça e a solidariedade sejam uma prática não
discriminatória. Justiça e solidariedade, onde os direitos são iguais para
todos.
A saúde só está ao alcance de quem a
pode comprar, porque o povo, esse, não tem acesso e espera, espera pelas
consultas ou nas urgências dos hospitais.
Direitos iguais para homens e
mulheres, as quais provavelmente só daqui a 70 anos alcançarão a igualdade
salarial.
São mulheres, esposas, trabalhadoras e
mães e irmãs e filhas, que 41 anos depois de Abril, ainda têm de espremer as
mamas para comprovar a sua maternidade. Indignação!!!!!
Justiça social para compreender o
caminho para a igualdade de géneros…
Uma prática sem discriminação, onde
casais homossexuais possam adotar em pleno, em benefício do direito à família e
ao amor.
Justiça para com os trabalhadores e
trabalhadoras que têm sentido o aumento do
número de horas de trabalho, vendo os seus salários serem legalmente roubados.
DEMOCRACIA, com um regime político
onde a realização de eleições livres deve assegurar alternativas políticas
capazes de garantir os direitos inscritos na Constituição da República.
Faz hoje 40 anos que foi eleita
democraticamente, a Assembleia Constituinte, que um ano depois, aprovava a
nossa Constituição da República Portuguesa.
91% dos eleitores e eleitoras foram às
urnas. É esta participação que esta democracia precisa, 41 anos depois.
Quantas vezes vemos os direitos
fundamentais ali consagrados, serem violados pelos Senhores que a deveriam
cumprir, mas que optam por a desrespeitar?
Democracia por uma política autárquica
que respeite os seus munícipes, ouvindo-os, que promova o debate, que procure
alternativas em prol de um caminho de prosperidade, para que desta forma todos
se sintam respeitados na sua diferença, com direito a ela, pelo respeito e
defesa das minoria.
Democracia por uma sociedade mais
justa e solidária, assente nos valores de Abril, fundamental para garantir uma
vida melhor para todos os munícipes, para todo um povo.
Este povo que anseia por justiça, um pilar
básico da democracia e não o que temos hoje, uma justiça para ricos e outra
para pobres, onde os ricos têm passado impunes.
Terá sido por acaso que a palavra
escolhida pelos Portugueses para o ano 2014, foi Corrupção? É evidente que não!
Nas últimas eleições autárquicas,
integrei uma equipa coesa e dinâmica, que atua na atividade política do nosso
concelho, com o acompanhamento às situações que nos colocam, escutando os
munícipes, criando diálogos, denunciando necessidades e injustiças, participando
na análise crítica da realidade social e cultural, e propondo soluções
pertinentes e sustentáveis, seja no orçamento participativo, ou no caminho para
a reabilitação do centro histórico, seja numa solução para o problema criado
com o contrato de concessão do Parque Almonda, ou numa gestão criteriosa para a
cultura, tendo sempre presente que o concelho é constituído por 10 freguesias.
É a forma como vemos a democracia, viva e participada!
A intenção do governo de passar
responsabilidades na área da educação, da saúde, da segurança social e da
cultura, para a esfera das autarquias, não é descentralizar mas significa sim a
desresponsabilização do estado e o desmantelamento de políticas públicas
coerentes,.. e é o início da privatização destes serviços públicos.
Não é por acaso que o recente
Congresso da Associação Nacional de Municípios, rejeitou esta proposta do
Governo.
Antes de terminar, permitam-me
registar aqui, com profunda mágoa a tragédia que se vive no Mar Mediterrâneo. A
pergunta que tem de ser feita, a cada um de nós, mas sobretudo aos responsáveis
da União Europeia, é quanto vale uma Vida Humana?
A União Europeia, tem que encontrar a
solução para todos os que fogem à miséria e à Guerra!
Há 41 anos fez-se e iniciou-se uma
luta que transformou um País… uma luta que não conheci, uma luta que espero por
ela, tal como todo este povo que todos os dias se debate para conseguir uma vida
melhor.
A vida pela qual aqueles militares
afirmavam o seu propósito e à qual o povo se juntou… Aquele povo, e este povo,
O POVO PORTUGUÊS, que não é banqueiro, nem administrador de topo e que não
esquece, nem ontem, nem amanhã, nem nunca!
Este povo, aquele povo que espera que
Tu - 25 de Abril Chegues de Novo!
Nas palavras de Sophia “Esta é a
Madrugada que eu esperava, o Dia inicial, inteiro e Limpo”!
VIVA O 25 DE ABRIL E A LIBERDADE!
Tânia Prezado