segunda-feira, 17 de março de 2014

ARTIGO DE OPINIÃO - António Gomes: Turrisespaços e o futuro



Turrisespaços e o futuro

 


A demissão, há poucos dias, da diretora executiva da Turrisespaços veio colocar de novo o assunto “Turrisespaços” na agenda política local.

Esta empresa municipal que se tem ocupado da gestão do Teatro Virgínia e de parte das infraestruturas de desporto do concelho é um pesado encargo para as finanças da autarquia torrejana. O seu novo contrato programa aprovado para vigorar em 2014 sempre deixou algumas dúvidas no ar, porquanto se propõe explorar atividades de interesse geral nas áreas da educação, da saúde, do desporto, da ação social e da cultura. Facilmente se percebe que existe aqui uma invasão de terrenos que devem ser da exclusiva responsabilidade da Câmara Municipal que, vendo-se arredada destas atividades fica seriamente enfraquecida numa das suas principais funções, a promoção e realização de políticas públicas nas áreas do desporto, da ação social e da educação.

Também alguns setores da economia local numa situação de crise económica que atravessamos e num mercado tão pequeno podem ser afetados por estas políticas desajustadas da realidade.

Sabe-se que a Turrisespaços vive essencialmente dos apoios municipais em forma de subsídios à exploração, prestação de serviços, indemnizações compensatórias e até da faturação a clubes desportivos.

Coisa diferente é o Teatro Virgínia, pela sua singularidade, pelas atividades que promove, pela capacidade que tem demonstrado em promover a cultura em várias vertentes. Torres Novas, é bom que se reconheça, tem vindo a afirmar-se, a ganhar espaço no contexto regional e até nacional graças ao trabalho que tem vindo a ser realizado pelo Teatro Virgínia e claro está pelos seus trabalhadores/as.

Este vazio na administração da empresa Turrisespaços deve ser aproveitado para o debate em torno do seu futuro. Devem a Câmara Municipal, a Assembleia Municipal e as várias forças vivas do concelho questionarem o caminho a seguir. Na minha opinião o caminho deve ser voltar ao princípio, deixar a empresa municipal para a programação cultural de referência, para o apoio e promoção da cultura no concelho, tudo o resto deve regressar ao local de onde nunca devia ter saído – os serviços municipais.

Antonio Gomes

 

 

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