O rio
Almonda, esse sacrificado.
Os jornais, as redes sociais
têm dado conta de mais alguns atentados, crimes ambientais contra o rio
Almonda.
Se os prevaricadores
tivessem vergonha na cara e um pouco de responsabilidade ambiental a coisa
poderia ser diferente, mas não têm.
Estes crimes vão continuar e
vão aumentar, não nos enganemos, porque não há vergonha, não há
responsabilidade, não há fiscalização e os interesses falam mais alto.
Deve-se dizer, têm contado
com a complacência das autoridades, ou porque têm licenças com parâmetros de
tal maneira largos e mesmo assim não as cumprem ou simplesmente não existem
vistorias.
A remodelação das ETAR (estação
de tratamento de aguas residuais) de Riachos e de Torres Novas, custaram ao
erário publico mais de 10 milhões de euros e essas obras, esses milhões são
para alterar radicalmente o tipo de resíduos lançados no meio ambiente. Este é
o ganho de tal remodelação, dentro de muito pouco tempo este resultado tem de
estar à vista, ou devia estar à vista.
A empresa gestora das ETAR,
Àguas do Ribatejo, escreveu atempadamente, “o tipo de resíduos industriais,
para entrarem nas ETAR, têm de cumprir determinados parâmetros”, ou seja tem de
haver um pré-tratamento da responsabilidade das fábricas e só depois é que podem
ser descarregados na ETAR pública.
Se isto não for cumprido de
nada valeu a pena tais investimentos. Mais milhões para o lixo.
Estou em querer que isso não
vai acontecer, não pode acontecer, a Águas do Ribatejo já “tamponou” a conduta
de descarga da empresa Oleotorres, onde estão agora a ser lançados tais
esgotos? Coisa que as entidades fiscalizadoras têm de verificar, como se impõe.
A ribeira do Serradinho ou
da Boa Água não é conduta de esgotos privados de ninguém, são cursos de água
públicos e assim devem ser respeitados.
O BE entregou na CM uma
proposta bem simples para resolver este caso, a Fabrioleo (e outros) têm de
fazer o pré-tratamento adequado e transportá-lo até à ETAR pública e pagar as
respetivas taxas como qualquer cidadão paga. A câmara municipal deve ter uma
atitude pró ativa nesta situação.
O problema só terá solução
definitiva, quando o poder político (PS há mais de 20 anos na autarquia
torrejana) perceber que o rio Almonda pode ser um fator de desenvolvimento para
o concelho.
O PS, mais alguns
presidentes de junta de freguesia (com a sua maioria absoluta) impediu a
assembleia municipal de condenar tais atos, devia explicar às pessoas porque
não quer resolver o grave problema. Que compromissos tem o PS de Torres Novas
que o impede de tomar posição?
O rio Almonda ainda tem
muitos amigos, não lhe podemos faltar.
Antonio Gomes