quinta-feira, 23 de julho de 2015

O rio Almonda, esse sacrificado.- Crónica de António Gomes


 
 
O rio Almonda, esse sacrificado.

Os jornais, as redes sociais têm dado conta de mais alguns atentados, crimes ambientais contra o rio Almonda.

Se os prevaricadores tivessem vergonha na cara e um pouco de responsabilidade ambiental a coisa poderia ser diferente, mas não têm.

Estes crimes vão continuar e vão aumentar, não nos enganemos, porque não há vergonha, não há responsabilidade, não há fiscalização e os interesses falam mais alto.

Deve-se dizer, têm contado com a complacência das autoridades, ou porque têm licenças com parâmetros de tal maneira largos e mesmo assim não as cumprem ou simplesmente não existem vistorias.

A remodelação das ETAR (estação de tratamento de aguas residuais) de Riachos e de Torres Novas, custaram ao erário publico mais de 10 milhões de euros e essas obras, esses milhões são para alterar radicalmente o tipo de resíduos lançados no meio ambiente. Este é o ganho de tal remodelação, dentro de muito pouco tempo este resultado tem de estar à vista, ou devia estar à vista.

A empresa gestora das ETAR, Àguas do Ribatejo, escreveu atempadamente, “o tipo de resíduos industriais, para entrarem nas ETAR, têm de cumprir determinados parâmetros”, ou seja tem de haver um pré-tratamento da responsabilidade das fábricas e só depois é que podem ser descarregados na ETAR pública.

Se isto não for cumprido de nada valeu a pena tais investimentos. Mais milhões para o lixo.

Estou em querer que isso não vai acontecer, não pode acontecer, a Águas do Ribatejo já “tamponou” a conduta de descarga da empresa Oleotorres, onde estão agora a ser lançados tais esgotos? Coisa que as entidades fiscalizadoras têm de verificar, como se impõe.

A ribeira do Serradinho ou da Boa Água não é conduta de esgotos privados de ninguém, são cursos de água públicos e assim devem ser respeitados.

O BE entregou na CM uma proposta bem simples para resolver este caso, a Fabrioleo (e outros) têm de fazer o pré-tratamento adequado e transportá-lo até à ETAR pública e pagar as respetivas taxas como qualquer cidadão paga. A câmara municipal deve ter uma atitude pró ativa nesta situação.

O problema só terá solução definitiva, quando o poder político (PS há mais de 20 anos na autarquia torrejana) perceber que o rio Almonda pode ser um fator de desenvolvimento para o concelho.

O PS, mais alguns presidentes de junta de freguesia (com a sua maioria absoluta) impediu a assembleia municipal de condenar tais atos, devia explicar às pessoas porque não quer resolver o grave problema. Que compromissos tem o PS de Torres Novas que o impede de tomar posição?

O rio Almonda ainda tem muitos amigos, não lhe podemos faltar.

Antonio Gomes

 

Sem comentários:

Enviar um comentário