quinta-feira, 17 de abril de 2014

O nosso interior - Crónica de António Gomes

O nosso interior
 
Sabemos dos números, o ultimo censos veio confirmar o que já sabíamos, a população do concelho de Torres Novas a exemplo da generalidade do País decresceu, somos menos e somos mais velhos. 
Curioso, os alojamentos cresceram, mais 2708, o que diz bem da política seguida no País e no concelho, sem qualquer planeamento, o betão comanda a política urbanística. 
 
As famílias também cresceram, o que nos diz independentemente de outras análises, que também aqui existe um problema de natalidade muito acentuado.
 
Nas nossas aldeias o panorama é o mesmo ou até mais grave, existe de facto despovoamento que não pode ser ignorado, até para que se possa fazer alguma coisa que contrarie esta tendência.
 
O governo criou um grupo de trabalho, logo veremos o que nos diz, uma coisa é certa a baixa acentuada dos rendimentos da generalidade dos portugueses e portuguesas é uma grande condicionante em que estaremos todos de acordo, julgo.
 
Também a nível autárquico a preocupação deve estar presente se porventura acreditamos que o poder local também pode contar para alterar este estado de coisas, pelo menos a médio prazo.
 
O emprego é talvez a condição primeira para constituir família, para programar a vida, deve a autarquia, devem as autarquias desta região, Médio Tejo ter um plano concertado de criação de emprego, cada uma só por si é muito mais difícil, é preciso potenciar esforços, financeiros e humanos, criar sinergias, para enfrentar este problema.
 
Mas os esforços da nossa autarquia devem ser abrangentes e multidisciplinares, passam por dotar e manter a rede de estradas concelhias em boas condições, o que não acontece em grande medida, a mobilidade hoje é diária e permanente se a oferta em estradas não for com toda a qualidade só afastamos pessoas.
Uma boa rede de transportes coletivos de passageiros incluindo os escolares é determinante, uma vez que as escolas foram concentradas, também a preocupação com o ambiente deve merecer preocupação, os TUT têm aqui um papel importante.
 
Na política urbanística deve haver uma revolução, temos casas a mais, temos o centro da cidade a cair, muitas casas nas aldeias também se encontram em ruinas, as taxas devem ser revistas de acordo com esta realidade, devem discriminar positivamente a construção ou reconstrução nas freguesias rurais e no centro da cidade e em particular discriminar para quem é jovem.
 
Também a oferta cultural deve estar presente em todo o concelho, como aliás já se começou a ver de forma a tratar todos os habitantes com o maior equilíbrio possível. 
 
Os 40 anos do 25 de abril merecem este debate.
 
António Gomes
 

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