terça-feira, 15 de julho de 2014

Turrisespaços - Crónica de António Gomes


Turrisespaços

A empresa municipal tem tido a responsabilidade da gestão e programação do Teatro Virgínia e a gestão dos espaços ligados ao desporto. Julgo que o tem feito bem, particularmente no que diz respeito à programação do Teatro Virgínia. O problema não reside, nem nunca residiu neste ponto. Sempre fui e continuo a ser crítico de empresas, ao lado das Câmaras e financiadas pelas Câmaras.

Mas não basta faze-lo bem, é também obrigatório (lei 50/2012, que pode sempre ser contestada, mas que não me parece razoável optar por ignorá-la) que as receitas próprias cubram 50% do total de despesas em pelo menos 1 dos últimos 3 anos. Se assim não for o Tribunal de Contas recusa o visto prévio do contrato programa acordado entre a empresa e a Câmara Municipal, que o mesmo é dizer dissolvam a empresa.  

Foi o que aconteceu recentemente, as receitas não atingiram o legalmente estabelecido em nenhum dos 3 anos e o TC aconselha a dissolução da Turrisespaços. Pode-se sempre contestar, contrapor, dizer que é uma injustiça, mas o pior de tudo é deixar arrastar o problema e permitir que a Inspeção Geral de Finanças, única e simplesmente mande encerrar a empresa, com as consequências gravíssimas para os trabalhadores e para a programação do Teatro Virgínia.

Agora, enquanto é tempo, é aproveitá-lo bem, preparar a internalização dos serviços e dos trabalhadores, salvaguardar os postos de trabalho e todos os serviços até agora prestados pela empresa municipal. Outros exemplos já existem, (Lisboa, Pinhel) cujos resultados são positivos.

Este é o caminho da responsabilidade, outro é enganar os trabalhadores e os munícipes, prometer o impossível por razões que a razão desconhece, é atrapalhar tudo e entrar num buraco sem fundo.

 

Antonio Gomes

 

 

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