Será desta?
Há poucos dias, tive a oportunidade de participar na inauguração de um espaço bem no centro da cidade de Torres Novas, destinado à realização de conferências, festas, exposições e de outras iniciativas de índole muito variada. Devo dizer que gostei do que vi. Também tenho verificado, ultimamente, que têm vindo a abrir alguns estabelecimentos no chamado centro, um cabeleireiro ali, uma loja de bebidas acolá, um quiosque mais ao lado, uma bijuteria mais acima, uma loja de antiguidades mais abaixo…
A primeira reação que me ocorre é a de admirar a coragem e a persistência destas pessoas que apesar da duríssima crise que teima em não nos deixar, ai estão para tentar trocar as voltas à resignação.
Mas a coragem demonstrada tem ainda outro significado, muito mais profundo, se atendermos ao estado geral em que se encontra o edificado do centro histórico (sem capacidade de atração), ao despovoamento generalizado desta zona da cidade e também ao valor altíssimo de algumas taxas diretamente relacionadas com estes investimentos. Coragem não lhes falta.
A propósito desta temática, a Câmara Municipal deu esta semana um passo importante que bem pode ajudar a contrariar a situação atrás descrita: foi criado um grupo de trabalho, constituído por técnicos/as da autarquia para congeminar algumas ideias e elaborar algumas propostas que dotem o centro histórico com capacidade de atração, onde se viva com qualidade e se trabalhe, ideias que reforcem o ânimo dos “corajosos” e ajudem à iniciativa daqueles e daquelas que estão na expetativa mas que face à realidade ainda não deram o passo decisivo.
A tarefa é de peso, o desafio é enorme, mas julgo é assim mesmo, é preciso pensar grande, para poucochinho já chega, esta cidade ainda pode dar que falar no que a reabilitação diz respeito.
Estacionamentos, povoamento, energias renováveis, política fiscal, juventude, animação, cultura, ideias, estou certo, não faltarão. Mas precisamos de estratégia, em torno da qual todas as ideias encaixam.
Deixo apenas um alerta: o segredo do êxito destas iniciativas está na capacidade que a autarquia tiver para construir um projeto, envolvendo os eleitos/as e a cidadania, está na democracia.
António Gomes
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