A hora da
despedida tem mais encanto
O presidente da
Assembleia Municipal de Torres Novas anunciou a sua ausência da reunião de
discussão do orçamento municipal e também nas seguintes. Lá terá as suas
razões…, de facto é uma forma inovadora de anunciar a sua retirada das
responsabilidades autárquicas concelhias.
É certo que também
já tivemos um ministro com uma demissão irrevogável e ainda por lá continua,
aguardemos pelo próximo capítulo.
Tratou-se de mais
uma cena de ciúmes com o atual presidente de Câmara, que foi seu vice, sempre
fiel durante 20 anos. A fidelidade de Pedro Ferreira para com Antonio Rodrigues
foi a toda a prova, não se conhece nem sequer um amuo disfarçado. Mudam-se os
papéis dos atores e a infidelidade é logo notória e pública, até chegar ao
ponto do afrontamento direto em reunião do órgão Assembleia Municipal. Não
havia necessidade.
O presidente da
Câmara esteve mal na condução do processo ao enviar para a AM um orçamento que
não contempla a taxa aprovada para o IMI, embora o PS o tenha aprovado na
Câmara, sozinho.
Mas a forma
despropositada com que o assunto foi empolado pelo Presidente da A. M., revela
algo de extraordinário que mais parece um ajuste de
contas.
Toda a gente sabe
que uma das condições, não sendo a única, para a governação é o apoio politico
que o partido no poder empresta ao executivo, neste caso camarário. Mas à luz
do que se passou na AM esse apoio encontra-se, no mínimo, titubeante. Não se
ouviu uma única voz do PS sobre as propostas do executivo: nem sobre a política
fiscal, nem sobre a ARU (Área de Reabilitação Urbana) projeto considerado
estratégico para o concelho. Mais do que a contenda entre presidente da Câmara
e presidente da Assembleia, são as políticas que contam para a vida das pessoas.
E, sobre isso o PS nada disse.
Antonio Gomes