terça-feira, 25 de novembro de 2014

Crónica de António Gomes: "A hora da despedida tem mais encanto"


A hora da despedida tem mais encanto

 
O presidente da Assembleia Municipal de Torres Novas anunciou a sua ausência da reunião de discussão do orçamento municipal e também nas seguintes. Lá terá as suas razões…, de facto é uma forma inovadora de anunciar a sua retirada das responsabilidades autárquicas concelhias.

É certo que também já tivemos um ministro com uma demissão irrevogável e ainda por lá continua, aguardemos pelo próximo capítulo.

Tratou-se de mais uma cena de ciúmes com o atual presidente de Câmara, que foi seu vice, sempre fiel durante 20 anos. A fidelidade de Pedro Ferreira para com Antonio Rodrigues foi a toda a prova, não se conhece nem sequer um amuo disfarçado. Mudam-se os papéis dos atores e a infidelidade é logo notória e pública, até chegar ao ponto do afrontamento direto em reunião do órgão Assembleia Municipal. Não havia necessidade.

O presidente da Câmara esteve mal na condução do processo ao enviar para a AM um orçamento que não contempla a taxa aprovada para o IMI, embora o PS o tenha aprovado na Câmara, sozinho.

Mas a forma despropositada com que o assunto foi empolado pelo Presidente da A. M., revela algo de extraordinário que mais parece um ajuste de contas.

Toda a gente sabe que uma das condições, não sendo a única, para a governação é o apoio politico que o partido no poder empresta ao executivo, neste caso camarário. Mas à luz do que se passou na AM esse apoio encontra-se, no mínimo, titubeante. Não se ouviu uma única voz do PS sobre as propostas do executivo: nem sobre a política fiscal, nem sobre a ARU (Área de Reabilitação Urbana) projeto considerado estratégico para o concelho. Mais do que a contenda entre presidente da Câmara e presidente da Assembleia, são as políticas que contam para a vida das pessoas. E, sobre isso o PS nada disse.

Antonio Gomes

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