segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Amarelo e verde - CDTN em Torres Novas


Amarelo e verde

Dia 15 de Outubro o Bloco de Esquerda de Torres Novas reuniu com a equipa que constitui a Comissão Administrativa do Clube Desportivo de Torres Novas. Enquanto isso, vários jovens ocupavam os espaços exteriores e um grupo de atletas, no relvado do estádio, cumpria os requisitos de treino.

Percebe-se a importância que ocupa este equipamento na vida das crianças e jovens do concelho, na influência saudável que a atividade desportiva assegura, promovendo de uma encetada o sentido de pertença e identidade comunitária.

Com histórica tradição na oferta desportiva, o CDTN oferece um leque programático de atividades com profunda repercussão na vida dos mais de cerca de 150 desportistas que treinam diariamente nas instalações do Estádio Municipal.

Começada a conversa, desvela-se um novelo de situações que decorrem de vários anos de gestão (clube) e administração (camarária) ruinosa, deixando o clube a enfrentar profundas dívidas e uma sobrevivência precária. Perante um panorama devastador, a atual Comissão Administrativa do CDTN, presidida por Maria do Céu Ramos, assumiu a gestão do clube, assegurando a oferta da prática desportiva, o pagamento de algumas dívidas herdadas da anterior gestão e a sobrevivência de um clube que dá vida ao Estádio Municipal de Torres Novas.

Com muita “carolice” e preocupação por fazer vingar um clube que tem marcado orgulhosamente gerações de torrejanos e torrejanas, mas que também tem assinalado a história do futebol nacional, o CDTN viu-se ainda despojado de instalações para a sua sede (que ocupava anteriormente a Casa das Lezírias antes da remodelação). Note-se que a sede não foi “devolvida” ao clube que reúne agora numa sala improvisada contígua ao estádio.

É visível o estado degrado das instalações do complexo desportivo do Estádio Municipal, desde as caldeiras, ao edificado, iluminação, campos, balneários, telheiros, infiltrações, etc…

A manutenção do espaço cumpre com necessidades específicas para o cumprimento de treinos e campeonatos, que são regularmente vistoriadas pela Associação de Futebol de Santarém. Sendo interdependente da Câmara Municipal de Torres Novas (proprietária do Estádio Municipal), o CDTN está necessariamente sujeito às intervenções, ou ausência delas, da gestão do Município. Soubemos da necessidade do complexo desportivo ter um campo de relva sintética para o campeonato dos mais pequeninos “futebol 7”, assim como os 3 escalões de futebol 11 mais jovem, sendo que as alternativas apontadas quer da Meia-Via, Casais Castelos ou Lapas, também foram chumbadas para o efeito, por iguais motivos de falta de condições. Algumas soluções são resolvidas pelo próprio Clube fora do seu âmbito de atuação, para assegurar as atividades desportivas, nomeadamente a aquisição de tintas para marcação de campos, mas muitas são as soluções resilientes que este coletivo enfrenta. Em iguais circunstâncias de precaridade, encontra-se o grupo desportivo das Lapas que não dispõe de balneários.

O complexo desportivo do Estádio Municipal, responde ainda às atividades do Agrupamento de Escolas de Maria Lamas do Clube Desportivo da Zona Alta e ainda do Núcleo Sportinguista, estando o CDTN numa posição privilegiada para verificar e diagnosticar necessidades e assegurar a melhor solução para a manutenção das instalações. Porém, tem-se verificado, por parte do Município, uma incapacidade para assumir diálogo e responsabilidades, atuando por vezes, de forma desapropriada, agindo às cegas e depois tendo que destruir e reformular porque não foi bem feito às primeiras, o resultando em desperdício de tempo, meios, recursos e vontades. Aumenta a perplexidade quando a Comissão Administrativa do CDTN refere a falta do convite para colaborar na 1.ª MOSTRA DO ASSOCIATIVISMO TORREJANO, (que decorreu nos passados dias de 11, 12 e 13 de setembro, na Praça do Peixe), contrariando a informação divulgada.

A verdade é que estamos perante uma demonstração de profundo desleixo do Município pela manutenção dos complexos desportivos do Concelho, mas percebemos que muitas soluções poderiam surgir, passo a passo, se houvesse um diálogo e colaboração consequente, entre o Município e a Comissão Administrativa do CDTN, assumindo a oportunidade que nos oferece a História, a vontade inabalável de sócios, atletas, equipa administrativa e amigos do Futebol e Desporto Torrejano. Pelo contrário, o que verificámos foi um autismo muito sério e grave, perante a realidade desportiva assegurada pelo Clube, com óbvio impacto na vida desportiva do Concelho e de toda a população que usufrui destes equipamentos.
Graça Martins


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