segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Discurso da candidatura à União das Freguesias de Brogueira, Parceiros de Igreja e Alcorochel na grande festa comício de 14 de setembro



Boa noite, a todos e a todas

Chamo-me Otília, sou de Alcorochel e estou aqui hoje a falar-vos na qualidade de candidata a Presidente da União das Freguesias de Brogueira, Parceiros de Igreja e Alcorochel e também na qualidade de cidadã comum desta autarquia, que resolveu assumir de uma forma activa e interventiva uma responsabilidade cívica e social, que sendo um direito de cada um, é um dever de todos.

Não pertenço a nenhum partido político, mas integro esta candidatura pelo Bloco de Esquerda, pois identifico-me com as suas convicções e revejo-me nas suas propostas e nas suas causas.

A que outras forças políticas me poderia associar? A nenhuma das outras, a não ser que tivesse acordado de um estado de coma prolongado e não me tivesse apercebido do que se tem passado, no país e neste concelho nas últimas décadas.

Estou no Bloco de esquerda sim, como independente, possuo no seio desta força politica total liberdade de manifestar opiniões próprias, de colaborar de forma positiva, critica e construtiva, e que apesar da minha inexperiência e até ingenuidade nesta matéria, tenho o sentimento de que sou valorizada e tenho uma voz. Com algumas posições concordo, com outras poderei não concordar tanto, mas também não concordo em tudo com o Próprio Deus e não é por isso que não O deixo estar presente na minha vida.

Não pretendo aqui fazer um discurso de retórica e de falar o que é politicamente correcto e conveniente, porque disto já andamos todos fartos. Quero precisamente o contrário, falo-vos o que me vai na alma e talvez de forma politicamente incorrecta, pois é nesta dimensão que cabem as verdades, a transparência e a sinceridade.
E falando-vos do que me vai na alma, quero partilhar convosco este sentimento de alguma revolta e até de apreensão de como vejo fazer-se politica e do que alguns partidos são obrigados a dizer para ludibriarem os eleitores. Comunicam slogans, que tenho as minhas dúvidas se eles próprios acreditam no que pretendem transmitir e defendem.

Ontem à noite passava por alguns locais de Torres Novas, estando atenta e vendo com olhos de quem quer perceber a mensagem transmitida pelos ditos slogans, vi a hipocrisia e a ironia subjacentes.
Ora vejamos: “Sempre Consigo”. As pessoas já se aperceberam que estiveram sim, talvez nos bons momentos, porque em 20 anos também se fizeram coisas boas, e aqui naturalmente todos querem estar presentes, porque todos gostam de levar louros para casa. E nós perguntamos: Onde e com quem estiveram nos maus momentos, o que fizeram? O que defenderam? Não sabemos…, porque se estivessem presentes, teríamos dado por isso.

As pessoas também já perceberam que “O Somos o Futuro”, só pode ser ironia. Avaliando pelo presente, o futuro será mais do mesmo ou ainda pior, ou seja mais desigualdades económicas, mais injustiças sociais, mais pobreza, mais impostos, mais falências, etc…

“O Concelho Vai Ganhar”. Não sei se já se aperceberam, mas é precisamente o contrário. O concelho já perdeu pelo menos 7 freguesias de um conjunto de 17. Assim como perdemos também o direito de nos prenunciarmos sobre um assunto que diz respeito a todos nós enquanto cidadãos e habitantes destas freguesias, e que temos toda a legitimidade de escolher o que achamos melhor, para nós e para as nossas terras.

Enfim, considero que estas expressões bonitas, cujo objectivo é vincar uma ideia e um propósito, constituem um verdadeiro atentado à inteligência, ao discernimento e à capacidade de análise dos cidadãos e cidadãs. As pessoas não são ignorantes e tolinhas e já sabem o que não querem.
E por fim, as pessoas já se aperceberam que a “coragem para mudar” da equipa do Bloco de Esquerda, é real, efectivo e já começou a surtir efeitos, as pessoas já se aperceberam que a nossa abordagem é diferente, a nossa política no sentido genuíno da palavra é uma política focada nas pessoas e para as pessoas.

Estando-nos a aproximar do momento de fazermos opções, é importante que o façamos de uma forma consciente e acima de tudo de uma forma coerente com as nossas expectativas e com os nossos anseios. Não podemos esquecer o passado e ignorar o presente. No dia 29 de Setembro temos a responsabilidade de escolher o futuro que queremos para nós e para os nossos filhos.

Muito obrigada por me ouvirem, continuação de boa noite.

Torres Novas, 14 de Setembro de 2013
Otília Santos

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