Boa noite, a
todos e a todas
Chamo-me Otília, sou de Alcorochel e estou aqui hoje a falar-vos
na qualidade de candidata a Presidente da União das Freguesias de Brogueira,
Parceiros de Igreja e Alcorochel e também na qualidade de cidadã comum desta
autarquia, que resolveu assumir de uma forma activa e interventiva uma
responsabilidade cívica e social, que sendo um direito de cada um, é um dever
de todos.
Não pertenço a nenhum partido político, mas integro esta
candidatura pelo Bloco de Esquerda, pois identifico-me com as suas convicções e
revejo-me nas suas propostas e nas suas causas.
A que outras forças políticas me poderia associar? A nenhuma das
outras, a não ser que tivesse acordado de um estado de coma prolongado e não me
tivesse apercebido do que se tem passado, no país e neste concelho nas últimas
décadas.
Estou no Bloco de esquerda sim, como independente, possuo no
seio desta força politica total liberdade de manifestar opiniões próprias, de
colaborar de forma positiva, critica e construtiva, e que apesar da minha
inexperiência e até ingenuidade nesta matéria, tenho o sentimento de que sou
valorizada e tenho uma voz. Com algumas posições concordo, com outras poderei
não concordar tanto, mas também não concordo em tudo com o Próprio Deus e não é
por isso que não O deixo estar presente na minha vida.
Não pretendo aqui fazer um discurso de retórica e de falar o
que é politicamente correcto e conveniente, porque disto já andamos todos
fartos. Quero precisamente o contrário, falo-vos o que me vai na alma e talvez
de forma politicamente incorrecta, pois é nesta dimensão que cabem as verdades,
a transparência e a sinceridade.
E falando-vos do que me vai na alma, quero partilhar convosco
este sentimento de alguma revolta e até de apreensão de como vejo fazer-se
politica e do que alguns partidos são obrigados a dizer para ludibriarem os
eleitores. Comunicam slogans, que tenho as minhas dúvidas se eles próprios
acreditam no que pretendem transmitir e defendem.
Ontem à noite passava por alguns locais de Torres Novas,
estando atenta e vendo com olhos de quem quer perceber a mensagem transmitida
pelos ditos slogans, vi a hipocrisia e a ironia subjacentes.
Ora vejamos: “Sempre Consigo”. As pessoas já se aperceberam
que estiveram sim, talvez nos bons momentos, porque em 20 anos também se
fizeram coisas boas, e aqui naturalmente todos querem estar presentes, porque
todos gostam de levar louros para casa. E nós perguntamos: Onde e com quem estiveram
nos maus momentos, o que fizeram? O que defenderam? Não sabemos…, porque se
estivessem presentes, teríamos dado por isso.
As pessoas também já perceberam que “O Somos o Futuro”, só
pode ser ironia. Avaliando pelo presente, o futuro será mais do mesmo ou ainda
pior, ou seja mais desigualdades económicas, mais injustiças sociais, mais
pobreza, mais impostos, mais falências, etc…
“O Concelho Vai Ganhar”. Não sei se já se aperceberam, mas é
precisamente o contrário. O concelho já perdeu pelo menos 7 freguesias de um
conjunto de 17. Assim como perdemos também o direito de nos prenunciarmos sobre
um assunto que diz respeito a todos nós enquanto cidadãos e habitantes destas
freguesias, e que temos toda a legitimidade de escolher o que achamos melhor,
para nós e para as nossas terras.
Enfim, considero que estas expressões bonitas, cujo objectivo
é vincar uma ideia e um propósito, constituem um verdadeiro atentado à
inteligência, ao discernimento e à capacidade de análise dos cidadãos e cidadãs.
As pessoas não são ignorantes e tolinhas e já sabem o que não querem.
E por fim, as pessoas já se aperceberam que a “coragem para
mudar” da equipa do Bloco de Esquerda, é real, efectivo e já começou a surtir
efeitos, as pessoas já se aperceberam que a nossa abordagem é diferente, a
nossa política no sentido genuíno da palavra é uma política focada nas pessoas
e para as pessoas.
Estando-nos a aproximar do momento de fazermos opções, é
importante que o façamos de uma forma consciente e acima de tudo de uma forma
coerente com as nossas expectativas e com os nossos anseios. Não podemos
esquecer o passado e ignorar o presente. No dia 29 de Setembro temos a
responsabilidade de escolher o futuro que queremos para nós e para os nossos
filhos.
Muito obrigada por me ouvirem, continuação de boa noite.
Torres Novas, 14 de Setembro de 2013
Otília Santos
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