segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Assembleia Municipal 11 de dezembro - Orçamento 2015


Orçamento 2015


 
 
 
Sr. Presidente, Srs. Autarcas

Os impostos diretos cobrados pelo município representavam em 2009, 15% do total de receitas, mas prevê-se que em 2015 passem a valer 22%, onde o IMI tem um lugar destacadíssimo como se sabe, só este ano vão ser mais 400 000 euros.

A cobrança dos resíduos sólidos foi de 1. 085 000 euros em 2009, em 2013 1. 464 000 euros e prevê-se que em 2015 seja de 1.566 000, mais quase 500 000 euros em 5 anos, cerca de 50% mais.

O saneamento terá uma subida de 7% para carregar ainda mais nos orçamentos familiares.

Podíamos somar aqui a brutal subida dos impostos decretados pelo governo do PSD/CDS e a baixa de rendimentos acentuada, porque são as mesmas pessoas que pagam tudo.

Veja-se a título de exemplo as remunerações dos trabalhadores da CM que de 2009 a 2013 baixaram 1.700 000 euros, menos 23%.

Os munícipes do concelho têm vindo a pagar as duas crises a nacional da responsabilidade do governo e a municipal da responsabilidade do PS, não há duvidas sobre isso. Esta opção, pela politica austeritária, está a sacrificar as pessoas de uma forma  desumana, este caminho não pode continuar, são os números que o dizem.

A política de austeridade marca este orçamento.

O PS, ao invés de contrariar a politica do governo, como é o caso do IMI, não, aproveita a onda e cobra. O IMI este ano de 2015 vai afetar um número significativo de famílias de uma forma intensa como todos sabemos. Com o fim da cláusula de salvaguarda, o PS tinha aqui a oportunidade de fazer a diferença de olhar para as pessoas, fazer política para as pessoas, mas preferiu cavalgar a onda do governo.

Bem sabemos que as opções do PS dos anteriores mandatos hipotecaram o futuro, mas como diz o povo "quem melhor fizer a cama nela se deitará". Os bancos, sempre os bancos, levam tudo é verdade, mas também é verdade que ao longo dos anos, o BE foi aqui alertando para os orçamentos de mentira, para as megalomanias e isso não pode ser esquecido.

Também o PS escreveu, neste orçamento, que tem uma estratégia para o próximo quadro comunitário de apoio, era bom que não cometesse os mesmos erros do anterior, é que as ideias que lá estão já vêm do passado, a situação hoje é outra, os apoios dirigem-se a outro tipo de objetivos, os critérios são diferenciados.

É certo que será sempre o plano estratégico do PS. Mas podia ser o plano estratégico do município se houvesse abertura para isso, para ouvir outros, para ouvir a sociedade civil. Aqui fica o desafio ao PS: Está ou não disponível para construir um plano de desenvolvimento que seja inclusivo de outras propostas, vindo de outras latitudes?

A curto espaço de tempo é preciso olhar para o eixo Torres Novas-Entroncamento, a começar pela rede viária, cuja principal ligação EN3 se encontra num estado miserável e nem uma referência no orçamento; Também os transportes urbanos municipais, que estão à espera de caírem devagarinho, estão sem estratégia, sem ideias, sem soluções. O BE apresentou uma proposta para estudo, era bom que fosse tida em conta.

O rio Almonda é um potencial fator de desenvolvimento e de qualidade de vida, mas encontra-se totalmente abandonado, sem estratégia e sem preocupação, que se veja no imediato, para acudir a situações urgentes. Também faz parte das propostas do BE apresentadas.

O emprego carece de horizontes abrangentes que incluam outros municípios, é ai que está a chave para começar a dar a volta à situação dramática de milhares de cidadãos e cidadãs da nossa região, qualquer estratégia isolacionista não passará do papel.

O Bloco de Esquerda apresentou um conjunto de ideias e propostas, algumas para o curto prazo, de custos reduzidos e estamos em crer que, devagarinho, algumas vão fazendo o seu caminho.

- Limpeza do centro histórico de imediato.

- Plano para o controle da população de pombos.

- Reabilitação do espaço conhecido como Azulada na freguesia de Assentiz.

- Criação de um circuito de manutenção, que não existe nada na cidade para a prática da atividade física ao ar livre.

Etc, etc.

Outras propostas de maior envergadura para além das já referidas para os TUT e rio Almonda,
- Festas da cidade intercalando com a feira medieval;
- Compra do prédio na Meia Via que estrangula o trânsito e cria insegurança para as pessoas;
- Projeto de recuperação das pontes na freguesia de Riachos.

Devem ser repensados projetos como o museu Alfredo Keill, requalificação da Av João Paulo II, porque não há dinheiro e porque não há justificação para estes projetos.

Necessário, a par da pavimentação de muitas estradas e ruas já aqui faladas e plasmadas em orçamento, particularmente na parte rural do concelho, é a pavimentação do troço da Av. João Paulo II. Pavimentação é o que é preciso e nada mais.

Subida de impostos, inexistência de estratégia, opções duvidosas, não nos deixam grande margem, votamos contra.

Os autarcas do BE

João carlos Lopes

Antonio Gomes

José Manuel do Rosário

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